Larissa bufou, um tanto indignada com a pergunta de Yumi.
— É claro que temos banheiros, oras! — ela voltou o olhar para Trisha, respondendo à sua pergunta. — O Acampamento é protegido por fronteiras mágicas e o pinheiro de Thalia, impedindo que monstros invadam o lugar e ataquem campistas. Vocês não precisam ficar aqui para sempre - apesar de que alguns meio-sangues vivam literalmente no acampamento - mas precisam treinar o básico para poderem voltar ao mundo lá fora e sobreviver ao ataque de monstros. Agora que sabem que são semideuses, irão atrair mais monstros do que nunca... vão precisar aprender a se defender se quiserem sobreviver. Vou providenciar treinos especiais para vocês, novatos. E armas também!
— Ah, posso ter uma bazuca como arma? Por favorrr? — choramingou Dennis.
— Hã, não.
— Awwn ):
— Bem, agora que já expliquei tudo e que a maioria está de acordo em passar um tempinho no Acampamento, acho melhor levá-los até o chalé em que vão ficar até serem determinados. Sigam-me! Os chalés ficam por aqui!
Larissa saiu da varanda, sendo seguida pelos demais. Dennis parecia encantado com o acampamento: tinha tanta coisa para se fazer! Ficou encantado ao ver alguns campistas treinarem arco e flecha, imaginando como seria se tivesse uma arma daquelas...
Após alguns minutos de caminhada, os meio-sangues chegaram aos tais chalés. Havia doze deles aninhados no bosque junto ao lago. Estavam dispostos em U, dois na frente e cinco enfileirados de cada lado. E, eram, sem dúvidas, um conjunto de construções bem... singular.
A não ser pelo fato de cada um ter um grande número de latão acima da porta (ímpares do lado esquerdo, pares do direito), eram totalmente diferentes um do outro. O número 9 tinha chaminés, como uma minúscula fábrica. O número 4 tinha tomateiros nas paredes e uma cobertura feita de grama de verdade. O 7 parecia ser feito de um ouro sólido que reluzia tanto à luz do sol que era quase impossível de se olhar. Todos davam para uma área comum mais ou menos do tamanho de um campo de futebol, pontilhada de estátuas gregas, fontes, canteiros de flores e um par de cestos de basquete. No centro do campo havia uma enorme área de pedras com uma fogueira. Uma menina com cerca de nove anos estava cuidando das chamas, cutucando os carvões com uma vara.
— Então, pessoal... Esses são os chalés do acampamento. Cada chalé representa um deus olimpiano: Zeus, Hera, Poseidon, Deméter, Ares, Atena, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio, respectivamente. Cada campista fica no chalé dedicado ao seu pai olimpiano. O meu chalé é o número 12, lá. — a garota apontou para um chalé de cor vinho escuro, com desenhos de parreira nas paredes. — Eu e meus meio-irmãos ficamos lá.
— Hmm... Então quer dizer que não podemos escolher o chalé em que queremos ficar? Aquele lá baixinho parece ser legal, até! — disse Dennis, apontando para o chalé número 3.
— Não! Vocês tem que ficar no chalé de seu pai olimpiano!
— Mas mas... aquele chalé lá parece tãão legal! E tá vazio, também! — comentou, notando que alguns chalés, como o número 1, 2, 3 e 8 estavam vazios. Por outro lado, o chalé número 11 estava abarrotado de gente. Torcia para que não fossem parar naquele chalé...
— Olha, alguns chalés são... honorários. O chalé número 2 pertence à Hera, a deusa do casamento. Ela é casada com Zeus. Sendo uma deusa do casamento, ela não trai o marido com mortais e, por isso, não tem filhos fora de seu casamento com Zeus. Já o chalé número 8 pertence à Ártemis, a deusa da lua e da caça. Ela jurou manter-se virgem para sempre. Elas possuem chalés aqui mais para não... ficarem bravas.
— Hã, tá. E o chalé número 1 e 3?
— O chalé número 1 é o chalé de Zeus, deus dos céus. O número 3, de Poseidon, deus dos mares. Eles fizeram um juramento de que não teriam mais filhos após a segunda guerra mundial, por isso seus chalés são vazios.
Dennis fitou todos os chalés, imaginando para qual iria.
— Hã... e, não tá tipo, faltando um chalé?
Larissa ergueu uma sobrancelha.
— Qual chalé você acha que está faltando?
— Hades é um deus olimpiano, não é?
O ar ficou subitamente frio. As chamas da fogueira diminuíram, e um trovão foi ouvido lá longe.
Larissa pulou em cima de Dennis, cobrindo sua boca e impedindo que continuasse falando besteira.
— N-Não mencione esse nome, ruivinho!!! Não, ele... ele não é um deus olimpiano. Por isso, não tem chalé.
— Mfgas issugdfi...
— Se
ele não fica bravo por não ter um chalé aqui...? Acho que sim, né? Mas fazer o quê... Ninguém mandou ele ser... ser
assim... — a garota bufou, tratando logo de mudar de assunto. — Venham comigo. Vou levá-los até o chalé onde ficarão.
Larissa arrastou Dennis até a porta do chalé 11. Entre todos os chalés, era o que mais parecia um velho chalé comum de acampamento de verão, com ênfase no
velho. A soleira estava desgastada, a pintura marrom, descascando. Acima do vão da porta havia um daqueles símbolos de médico, um bastão alado com duas serpentes enroladas nele. Um caduceu.
— Chalé número 11, Hermes. Sendo o deus dos viajantes, é aqui que vocês ficarão até serem determinados. Ah, antes de entrarmos... quais são seus nomes?
— Densaufhaf Camdfusidghbell... — grunhiu Dennis, já ficando sem ar.
— Dennis Campbell? Eu sou Larissa Mondavi, prazer! Não, pera... Eu já me apresentei, né?
— Sidhsm... — Dennis fez um sinal positivo com o polegar, o rosto roxo e inchado.