A primeira aula de equitação

No outro dia de manhã, os novatos foram reunidos nos Estábulos para sua primeira aula de equitação. Alguns filhos de Deméter tratavam dos animais e limpavam o local.

Ceci estava conversando com sua pégaso, Cupcake, enquanto decorava sua crina com florzinhas.

– Ah! Aí estão vocês! – ela abriu um grande sorriso, aproximando-se dos campistas. – Que bom que vieram todos! Estão prontos para sua primeira aula de equitação?

Dennis deu um pulinho, incapaz de conter a animação.

– PODE CRER!! Onde está Doce de Leite??

O filho de Hefesto correu até o cubículo de sua pégaso pintada. Ao ver Dennis, Doce de Leite relinchou alegremente, abrindo um sorrisinho.

– Eaí, docinho? Como vai você?? Faz um tempinho que a gente não se vê, né?

Doce de Leite balançou a cabeça, escondendo-se atrás de sua crina. Parecia chateada.

– A-Ah! Não fique assim, docinho...! – choramingou Dennis, sentindo-se mal por não ter visitado sua pégaso outras vezes. – Hm... Que tal uma cenoura?

Dennis foi até um caixote, tirando dali uma cenoura apetitosa. Ofereceu-a para Doce de Leite, que a engoliu numa só mordida. Também quase engoliu a mão do garoto, que por pouco não teve o membro decepado.

– Boa garota!! – o ruivinho riu, afagando a franja comprida da criatura.

Doce de Leite relinchou animadamente, esfregando o focinho contra a mão de Dennis.

Ceci riu baixo com a cena.

– Então, acho que Dennis e Elisa já escolheram seus pégasos, não é? O resto de vocês pode escolher um dos cavalos aqui dos Estábulos! Alguns são mais dóceis, enquanto outros possuem um temperamento mais... difícil. Tentem fazer amizade com um e conquistar sua confiança para a aula da montaria, ok? – instruiu a líder de Deméter. – Ah! Só por favor, não escolham aquela pégaso branca!

A garota apontou na direção de um lindo cubículo repleto de guirlandas floridas e louros de ouro. Ali dentro descansava a criatura mais bela que Dennis já viu em sua vida inteira e, de longe, era o cavalo mais bonito do estábulo inteiro. O pelo do animal era tão branco que chegava a brilhar. Sua crina era comprida e muito bem cuidada. Apesar de sua beleza, a pégaso parecia doente, triste. Seus olhos castanhos estavam chorosos e sua cabeça, baixa.

Uma placa acima da criatura trazia seu nome em letras cursivas:

“GÊNESIS”

Uma garota de cabelos cor de areia presos num coque bem feito cuidava da pégaso. Oferecia-lhe feno, mas o animal se recusava a comer. Vendo de perto, era possível enxergar suas costelas debaixo do pelo branco.

– Quem... Gênesis?

Ceci suspirou pesadamente, baixando o olhar. Antes que pudesse responder, a garota loira de olhos cinzentos se pronunciou:

– Esta é Gênesis, a pégaso de Gill Hamilton, líder do chalé de 6. – explicou. – Sou Alicia Clairet, filha de Atena, substituta de Gill. Sou encarregada de cuidar de Gênesis também, mas... desde que Gill sumiu, a condição dela apenas vem piorando...

Alicia tocou o focinho da pégaso, que relinchou tristemente. Uma voz feminina e delicada ecoou na mente de Elisa:

“Mestre... Onde está o senhor...?”

– Ninguém tem permissão de montá-la. – disse a garota loira, com firmeza. – Apenas Gill Hamilton pode montá-la.

Dennis engoliu em seco, com medo de Alicia. Tinha ficado com pena de Gênesis, imaginando o tanto que tinha sofrido com a falta de seu dono.

– H-Hã... Certo. Vou escolher Doce de Leite, pode ser?

Ceci assentiu a cabeça.

– Não se esqueça de colocar a sela e as rédeas em seus cavalos!

A garota então mostrou como se selava um pégaso. Indicou onde as selas eram guardadas, e Dennis, após algumas muitas tentativas fracassadas, conseguiu selar Doce de Leite. Ficou então esperando ansiosamente para que Cedi dessa a permissão para montar na criatura.

Gênesis fitou Elisa, um tanto intrigada com a humana.

"Princesa...?"

A criatura bateu com os cascos no chão, relinchando suavemente.

"É uma grande honra estar em vossa presença... A senhorita tem alguma notícia do meu mestre? Ele não partiria sem mim... Alguma coisa aconteceu de errado com ele, mas não me deixam sair dos estábulos e procurá-lo!!"

Alicia afastou-se um pouco, apenas observando Elisa conversar com a pégaso.

A criatura bufou, tristonha por Elisa não saber o paradeiro de Gill. Esfregou seu focinho contra a mão da garota, mais tranquila em sua presença.

"Muito obrigada, princesa. Irei me alimentar melhor de hoje em diante. Só espero que meu mestre esteja bem..."

Gênesis relinchou baixinho. Alicia, que até então estava em silêncio, deu um passo em frente e dirigiu-se à garota:

— Você consegue falar com ela? Consegue compreendê-la? — perguntou, desconfiada.

Alicia estreitou o olhar. Coçou o queixo, pensativa, juntando as peças do quebra-cabeças...

— E você sempre conseguiu fazer isso? Você sempre se deu bem com cavalos? — a garota loira continuou o interrogatório, mas seu tom de voz havia diminuído. — E com água?

Gênesis fitou Elisa.

"Eles não sabem? A princesa não foi determinada ainda...?


Ao ver que Ryan estava tendo problemas, Ceci foi até ele. Abriu um sorriso simpático, coçando as orelhas do pégaso que o garotinho havia escolhido para ser sua montaria.

— Você precisa de ajuda?

A filha de Atena encarou Elisa intensamente por longos segundos. Por fim, disse:

— Entendo.

Gênesis balançou sua cauda para os lados nervosamente.

"Não gosto de Alicia. Tome cuidado, princesa." — alertou.


Ceci riu baixo, assentindo a cabeça.

— Eu vou lhe ajudar. — ela então pegou uma espécie de almofada e a colocou no lombo do pégaso, colocando um cobertor por cima. — É para proteger o pégaso da sela, entende? Se não, ele pode se machucar durante a montaria. — explicou, pegando então a sela. Ajeitou-a direitinho, tomando cuidado para não prendê-la com muita força contra a barriga do animal. Por fim, arrumou as rédeas, afagando a cabeça do pégaso quando terminou. — Prontinho. Precisa de ajuda para subir também?

Clover acompanhou o grupo até o estabulo, ficou feliz por encontrar sua líder de chalé no local, dando sorrisinho meio tímido para Ceci, assim ela ouviu toda a explicação da outra, mas não havia entendido direito como colocar sela. “Um passo de cada vez, como vou montar num pégaso sem um pégaso.”, pensou a garota.

Então ela deu uma volta pelo estábulo e encontra uma Pégaso cor de caramelo, ela parecia ser boa demais para uma novata como ela e provavelmente já tinha dono. Clover resolve dar outra volta pelo estábulo, não importava quantos pégasos ela olhava, a garota sempre voltava a pensar na primeira pégaso que tinha visto antes. “Bem, o que custa tentar?”, Clover volta para o animal de antes com uma cenoura na mão e a oferece para o bicho.

- Que tal uma cenourinha? Em?

Gentilmente a égua come a cenoura tendo cuidado para não morde a mão de Clover, o animal relincha baixinho, como se quisesse algo a mais, sem pensar duas vezes a garota faz a primeira coisa que veio à mente, ela estica o braço e faz carinho no animal.

- Posso te chamar de Mary?

A pégaso relincha um pouco mais alto parecendo gostar do nome.

- Queres ser minha dupla para aula?

O animal responde afirmando de novo, ela queria fazer qualquer coisa menos ficar trancada no estabulo, então Clover pega uma sela que estava próximo do animal e tenta colocar, com a ajuda de um milagre a filha de Demeter conseguiu encaixa direitinho cada peça, mas ela estava com dificuldades de subir em cima de Mary.

Ceci deu um sorrisinho.

— Ah, é mesmo? Bem, vou deixar essa banquetinha aqui para você, tudo bem?

A filha de Deméter pegou um banquinho e o deixou logo ao lado do pégaso de Ryan, indo então até Dennis e sua pégaso, Doce de Leite. Ela pegou nas rédeas da égua, guiando-a até o corredor principal do estábulo.

— Ok, pessoal! Prestem atenção! Chegou a hora de montarem nos pégasos! — Ceci olhou para Dennis, fazendo um sinal para que ele se aproximasse. — Fiquem ao lado esquerdo do pégaso, assim como Dennis! Então, coloque seu pézinho esquerdo no estribo e segure na cela...

O garoto sardento fez como instruído. Passou pela frente de Doce de Leite e ficou à sua esquerda. Então, segurou na cela e colocou o pé esquerdo no estribo, o direito ainda no chão.

— Agora, basta dar um leve impulso no estribo e passar a perna direita por cima do pégaso. Depois, sente-se na sela e ajuste os pés nos estribos! Ah, e tomem cuidado com as asas também!

— I-Isso parece mais difícil do que parece... — gaguejou Dennis, hesitando.

— Vamos lá, Dennis! Você consegue! — encorajou Ceci.

O filho de Hefesto respirou fundo. Arranjando coragem, tomou um grande impulso, voando por cima de Doce de Leite e se espatifando no chão.

— Aiai!! — ele choramingou, dolorido.

Ceci sufocou um gritinho, correndo até o garoto sardento e o erguendo do chão cuidadosamente. Doce de Leite aproximou o focinho do dono, cutucando-o. Parecia preocupada.

— Dennis! Tudo bem com você...?

— E-Estou bem... — ele afagou o focinho da pégaso, colocando-se à sua esquerda. — Vou tentar de novo!

Dennis repetiu as instruções. Desta vez, pegou um leve impulso, conseguindo passar a perna direita para o outro lado de Doce de Leite e sentar-se na cela. Com medo de cair, abraçou o pescoço da égua, ignorando as rédeas.

A filha de Deméter suspirou, aliviada em saber que o ruivinho tinha conseguido montar em sua pégaso. Dirigiu-se então para os outros novatos:

— Tentem subir em seus pégasos, pessoal! Se precisarem de ajuda, basta me chamar! Assim que todos estiverem devidamente montados, irei explicar como guiá-los pelas rédeas!

A filha de Deméter observou as tentativas falhas de Elisa, chegando até a sentir sua dor. Aproximou-se correndo dela, disposta a dar uma mãozinha à garota.

— Mas é claro! Vamos com calma, ok? — ela sorriu, ficando do lado esquerdo de Thea. — Coloque seu pé esquerdo no estribo e segure na sela. Vou segurar sua cintura e contar até três. No três, você pula e passa seu pé direito para o outro lado! Entendido? Então vamos lá... Um, dos, três... JÁ!

Clover ouve tudo que foi passado por Ceci, então depois da explicação ela foi até o lado esquerdo de Mary e colocou seu pé no estribo e tentou subir. Na primeira vez ela não colocou força suficiente, na segunda ela colocou força demais mais e acabou pousando no outro lado da Pégaso.

Ela queria subir sem a ajuda de ninguém, queria mostrar para sua líder de chalé que era capaz de subir sozinha. Mary começa a se preocupar com sua dona e começa a esfregar seu focinho no braço de Clover.

- Calma garota, na próxima eu consigo.

A filha de Deméter se posicionou novamente e encaixa seu pé de novo no estribo, assim ela empurra seu pé e passa sua perna direita por cima do animal, ela acaba sentando na sela, Clover acaba ficando feliz com o resultado assim acariciando a cabeça de Mary.

Vendo que os novatos estavam conseguindo se virar, Ceci guiou Cupcake, sua pégaso, para o corredor e montou nela. Afagou a crina cheia de trancinhas e florzinhas da égua, dando uma risadinha.

— Agora que estão montados, vou passar as instruções para conseguirem fazer seus pégasos andarem. Todos eles já são treinados, então seguirão seus comandos. Para fazer seu pégaso andar, aperte-o com suas panturrilhas, assim.

Ceci apertou a barriga de Cupcake de leve. A pégaso obedeceu, trotando em direção à saída dos estábulos.

Dennis ainda parecia nervoso. Abraçava o pescoço de Doce de Leite e apertava a barriga dela com as pernas. Doce de Leite relinchou suavemente, tentando acalmar o dono.

Foi então que Mark entrou nos estábulos. Estava carrancudo e parecia muito mal-humorado.

Os animais agitaram-se. Os pégasos começaram a se debater em seus cubículos, abrindo as asas e relinchando alto. Doce de Leite empinou e bateu as asas, quase derrubando seu dono. Uma explosão de vozes ecoaram na cabeça de Elisa, assustadas:

"MONSTRO!! MONSTRO!"

Mark apenas revirou os olhos, xingando os cavalos baixinho. Céus, como odiava aqueles bichos...

— Ah! Olá, Mark! — Ceci sorriu gentilmente, acalmando Cupcake. Sua pégaso encarava o filho de Hefesto desconfiada, recuando alguns passos. Mesmo sabendo que o loiro era o culpado por assustador os pégasos, não estava brava com ele. — Que surpresa encontrá-lo aqui! No que posso ajudá-lo?

— Estou aqui para ficar de olho em Dennis. — resmungou o rapaz, encarando o meio-irmão.

O ruivinho engoliu em seco, escondendo-se com a crina de Doce de Leite. Sentiu o rosto queimar, envergonhado por estar sendo cuidado por Mark. Sentia-se como um bebê.

— Entendo... Você vai participar da aula de equitação também? Quer que eu arranje uma montaria para você?

A filha de Deméter sabia mais que ninguém que ele odiava animais, mas não custava tentar...

— ... Não.

Os pégasos ainda estavam agitados. Relinchavam e gritavam na mente de Elisa, desejando que Mark fosse embora dali. Pelo jeito, pensavam que ele era de fato um monstro...

Ceci tentava pensar numa maneira educada de pedir para que Mark saísse dali. Não importava o que pensava, iria soar rude de qualquer forma. Graças à Zeus o rapaz se pronunciou antes:

— Vou me manter afastado de vocês, mas mesmo assim, preciso ficar de olho em Dennis... Vou segui-los pela trilha à uma certa distância.

O filho de Hefesto saiu dos estábulos, deixando Ceci e os novatos com os pégasos. Aos poucos, os animais foram se acalmando.

— Vamos, pessoal! Sigam-me! Não se esqueçam: apertem a barriga dos pégasos de leve com suas panturrilhas para fazê-lo andar. Para fazê-los parar, puxe suas rédeas gentilmente para trás, soltando um "Ôô"!

A garota então guiou Cupcake para fora dali, esperando no pátio pelos outros campistas. A trilha que iriam percorrer estava a poucos metros de distância: era uma estradinha de terra batida por entre as árvores do bosque. Mark estava de braços cruzados, afastado, esperando que começassem a trilha para seguir todos.

— Para fazer curvas, puxe as rédeas para um lado e aplique pressão no lado oposto, na barriga do pégaso. Se quiser virar para a direita, puxe as rédeas para a direita e pressione o lado esquerdo da barriga do seu pégaso, e vice-versa! — explicou Ceci, pacientemente. — Agora que passei as instruções, vamos começar trotando, ok? Como é a primeira vez de vocês, vamos devagar.

Ceci seguiu na frente com Cupcake. Dennis estava hesitante. Tinha muito medo de cair ou que Doce de Leite se descontrolasse e decidisse sair voando por cima das árvores, mas a égua parecia muito bem treinada, ficando parada quietinha até receber uma segunda ordem.

— ... É pra hoje? — reclamou Mark, impaciente.

O rosto de Dennis ficou vermelho. Ele gaguejou e então, segurou as rédeas de Doce de Leite e apertou sua barriga de leve. A pégaso começou a trotar, seguindo Ceci e Cupcake. Mark esperou que todos os campistas saíssem trotando para segui-los, mantendo-se afastado deles.


Foi aproximadamente 45 minutos percorrendo a trilha. Foi um passeio tranquilo, até. Era possível ouvir o canto de muitos pássaros e o bosque estava fresco naquele dia de verão.

Era meio-dia quando todos pararam em uma grande clareira. A relva era verdinha e florzinhas brotavam aqui e ali. Um regato de águas cristalinas corria logo adiante, e Ceci instruiu que todos deixassem seus pégasos beberem um pouco de água e descansarem. Estendeu então uma enorme toalha xadrez vermelha e branca, servindo um delicioso piquenique. Haviam sanduíches, pães de queijo, bolos e tortas, frutas, suco natural e água para todos.

Dennis precisou da ajuda do meio-irmão para desmontar de Doce de Leite. Correu até a toalha de piquenique e sentou-se próximo dos bolos e tortas, devorando os doces que nem um esfomeado. Já Mark pegou um sanduíche e manteve-se afastado dos novatos e dos animais, recusando-se à sentar-se.

— Espero que gostem! Preparei tudinho hoje de manhã. Clover também me ajudou a preparar o piquenique para vocês. — Ceci sorriu para a meia-irmã. — Assim que terminarem de comer, vamos para a segunda parte da aula! A aula de voo!

— AULA DE VOO?! — falou Dennis, a boca cheia de bolo de cenoura.

— Sim! Ah, e parece que outros campistas vieram ver a primeira aula de vocês!

Dennis voltou-se na direção do bosque. Muitos garotos e garotas tinham aparecido, ansiosos para ver como que os novatos se sairiam. O ruivinho reconheceu na hora o garoto indeterminado que tinha encontrado no chalé 11 por conta de seus olhos bicolores e a franja branca. Ele estava escondido na sombra de uma árvore, encarando-o com um sorrisinho malicioso.

Dennis limitou-se à cerrar os punhos e enfiar um pedaço de torta de maçã na boca, tentando ignorar a presença de Enmei.

Meio distraído, Dennis demorou à entender que Elisa estava falando com ele. Lançou um olhar irritado em direção à Enmei, lembrando-se de seu encontro com ele no dia anterior.

— HA! Aquele é só um indeterminado recalcado!! Enem sei-lá-oquê... Você nem vai acreditar no que ele fez comigo! Eu dei uma passada no chalé 11 ontem e dei de cara com ele e ele já disse que ia me dedurar por estar no chalé errado e bla-bla-bla, e depois veio com um papo estranho que já tava aqui há anos e que eu deveria ~tratá-lo com mais respeito~ e então... BAM!! Ele me empurrou!! — o ruivo gritava, fumaça saindo de sua cabeça. Deu uma grande mordida em outro pedaço de torta, furioso. — Quem ele pensa que é!? Guri folgado!! Tomara que aquela árvore caia bem em cima da cabeça dele!!

Clover ouviu tudo que foi passado por Ceci, quando estava prestes a apertar a barriga de sua Pégaso, Mark apareceu no estábulo e Mary começou a se agitar, mesmo com o esforço de Clover a pégaso não ficava quieta. Quando finalmente Mark tinha saído do estábulo e os pégasos ficaram calmos, Clover acabou soltando um suspiro e relaxando os ombros, ela não tinha nada contra Mark, até achava ele um ótimo ferreiro, mas ele não deveria ficar assustando os animais daquela forma.

Junto com o grupo ela foi até a clareira, mesmo tendo dificuldades no caminho. Ela se sentou com o resto dos campistas na toalha logo depois de ter levado Mary para beber um pouco de água, quando foi mencionada pela Ceci durante o piquenique, Clover acabou ficando sem graça.

- Não fiz nada demais, foi quase tudo feito pela Cecilia. - Clover começou a corar, não queria que os outros soubessem que havia ajudado no lanche, então pegou uma maçã e começou a comer quieta.

A garota ficou meio surpresa ao ouvir que teriam aula de voo logo na primeira vez, ela mal tinha conseguido cavalgar pela trilha. Então próximo de Enmei havia um sátiro pulando e balançando os braços querendo chamar atenção dos novatos, era o Liam que estava lá, sem querer ele acaba esbarrando no campista indeterminado, que estava lá.

- Ah, desculpa, nem te vi, eh... Peter? – Liam havia esquecido o nome do campista por ele não aparecer muito no acampamento, mas então ele viu os olhos dele e logo se lembrou do nome. – Enmei! Desculpa de novo.

O garoto indeterminado recuou alguns passos, lançando um olhar cortante na direção de Liam. Seus olhos de cores diferentes faíscaram.
Ele trincou os dentes. Parecia prestes à mandar o sátiro ir catar coquinho no Mundo Inferior, mas então seus lábios finos se contraíram num sorrisinho cínico.

— Cuidado por onde anda, menino-bode. — disse, apenas, afastando-se e sumindo por detrás de outra árvore.

- Okay né. – Liam estava realmente mal por ter esbarrado no garoto, talvez da próxima vez que visse o garoto poderia dançar sapateado para se desculpar com ele.

O garoto sardento bufou, ainda irritado. Enfiou um cupcake inteiro na boca, falando de boca cheia:

— Humph! Aposto que ele veio zicar o nosso treino! Guarde minhas palavras, Elisa: alguma coisa muito ruim vai acontecer, e tudo por causa daquele recalcado indeterminado!!

Foi então que Dennis notou Liam. Ele acenou para o sátiro, chamando-o para que viesse se juntar ao piquenique.

— Hey, Liam!! Chegaí, chegaí~! Tá com fome? Quer alguma coisa?